Os medicamentos utilizados na psiquiatria moderna diferem muito no seu potencial de provocar dependência. Na realidade todos os medicamentos se utilizados com prescrição e acompanhamento médico têm um baixo potencial de causar dependência. Isto porque a maioria das pessoas que se torna dependente deles os utilizou por conta própria, aumentando a dosagem sem o conhecimento do médico e usa a medicação de forma contínua por muito tempo (anos).
Os medicamentos de traja preta, conhecidos como calmantes ou tranquilizantes (vendidos com a receita azul tipo B), e os psicoestimulantes, como da classe das anfetaminas (vendidos com a receita amarela tipo A) são os que podem causar dependência a longo prazo. Em geral o uso por menos de 6 meses dessas substâncias ou o uso esporádico (p.ex. dias alternados ou como SOS) previne a dependência.
Mesmo que seja necessário usá-los por muito tempo, o controle das dosagens pelo médico e a programação do desmame quando for indicada a interrupção do tratamento evitam que o paciente tenha sintomas de abstinência.
Entretanto, a maioria dos medicamentos psiquiátricos hoje em dia não causa qualquer dependência. Eles são vendidos com receita controlada branca (o que faz muitos confundirem com o risco de dependência). O estado brasileiro estipulou que esses medicamentos teriam sua venda controlada por serem substâncias que agem no SNC e que podem atuar sobre o comportamento das pessoas, não sendo recomendada a automedicação (aliás, isto deveria valer para todos os tipos de medicamentos).
Em 2010 o Estado Brasileiro agiu da mesma forma com os antibióticos, passando a exigir a receita controlada branca (a mesma utilizada para a venda de medicamentos psiquiátricos) para controlar o uso indiscriminado deles.
Com o avanço da psiquiatria substâncias novas foram desenvolvidas e criaram-se várias alternativas aos medicamentos que no passado traziam muitos efeitos colaterais ou que causavam dependência. Os medicamentos se tornaram mais “puros”, o que significa que agem melhor no seu objetivo sem efeitos indesejáveis em outros sistemas do corpo.
Hoje é possível prescrever um tratamento na medida da necessidade de cada paciente, do quanto ele precisa do efeito sedativo de um medicamento para melhorar o sono, p.ex., do quanto necessita do efeito ansiolítico para aliviar a ansiedade, se precisa de um medicamento capaz de organizar melhor seus pensamentos, melhorar sua concentração e assim por diante.
Existe um lado oposto, a “dependência psicológica” a qualquer medicamento, geralmente medicamentos ansiolíticos ou para tratar a dor que mesmo depois do tratamento ter chegado à remissão o paciente não consegue se ver sem aquele apoio, já não mais necessário, e essa é outra área que um Colaborador Especialista Psiquiatria na GyMBrain sabe lidar e desvincular, para que nenhuma dependência se instaure ou mantenha.
Equipe GyMBrain